Zigomicose Subcutânea
Etiologia
A zigomicose, também chamada de mucormicose, é uma infecção fúngica rara, que tem como
agente etiológico fungos da classe dos zigomicetos, ordem Mucorales e Entomophthorales. Dentro desta última, encontram-se os fungos das
famílias Entomophthoraceae e Basidiobolaceae que apresentam importância médica
(entomoftoromicose porCanidiabolus coronatus e C. incongruus; basidiobolomicose por Basidiobolus
ranarum).
Normalmente estes fungos habitam o
solo e folhas secas encontradas no chão, sendo que a infecção resulta da
inalação dos esporos associadas ao pó, com subseqüente implantação desses
agentes na mucosa nasal. É sabido que in vitro, este fungo é capaz de
sintetizar diversas enzimas, como elastases, esterases, colagenases e lipases.
A mucormicose é causada por agentes oportunistas, raramente
resultando na doença em pacientes imunocompetentes, habitualmente levando a
processos que causam neutropenia ou à disfunção dos neutrófilos. Neste caso, o
gênero mais observado é o Rhizopus. Contudo, têm sido relatados casos de
infecção por fungos do gênero Mucor, Rhizomucor, Absidia, Apophysomyces,
Saksenaea, Cunniinghamella, Cokeromyces e Syncephalastrum.
Imagens
Zigomicose na face
Sinais e sintomas
Os sintomas relacionam-se com as condições predisponentes do
hospedeiro. Habitualmente, o curso clínico da doença e sua evolução são
fulminantes, em conseqüência do crescimento acelerado do fungo juntamente com a
destruição tecidual. A maior parte dos casos se passa em pacientes leucêmicos.
No que diz respeito à mucormicose rinocerebral, o paciente caracteriza-se por,
normalmente, ser portador de diabetes com cetoacidose.
O pulmão é o
segundo local mais afetado pela mucormicose. O quadro pulmonar costuma acometer
pacientes oncológicos ou aqueles que são submetidos a transplante de medula
óssea; infecções cerebrais e disseminadas são mais observadas em pacientes que
são usuários de drogas de administração intravenosa e em pacientes nos quais
foi administrada deferoxamina.
Esta doença não é tão comum em pacientes com AIDS, pois
a imunidade mediada por células T não é considerada um importante fator no
desencadeamento da infecção.
Os zigomicetos apresentam tropismo vascular,
levando à trombose e necrose isquémica. Como resultado, há o aparecimento de
hemoptise, que pode ser fatal caso acometa a região mais interna dos pulmões.
Diagnóstico e
tratamento
A confirmação do diagnóstico normalmente é feita por meio de
cultura e pela observação do agente em exames histopatológicos, no material
oriundo da lesão. Histologicamente, a doença caracteriza-se por infiltrado
granulomatoso do tecido subcutâneo, apresentando material eosinofílico hialino,
no qual é possível visualizar hifas grandes, não septadas do fungo em questão.
Exames de imagem, como a tomografia computadorizada e, em
especial, a ressonância magnética, é de grande utilidade no diagnóstico da
zigomicose rinocerebral, pulmonar e disseminada.
Para obtenção de sucesso no tratamento da zigomicose, faz-se a
necessária associação de diferentes terapias, sendo que o diagnóstico precoce,
o imediato início do uso de antifúngicos, a correção do distúrbio metabólico ou
a reversão da neutropenia são de extrema importância para o sucesso do
tratamento.
O tratamento de eleição é
a anfotericina B
(1, 0 a 1,5 mg/kg). A dose total desse fármaco não esta definida, oscilando
entre 2,0 a 4,0 g.
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